Nossa história
Nosso Noivado 10/11/2024
A primeira impressão é a que fica...
J: É bem verdade que histórias de amor só são verdadeiras se forem vividas segundo o roteiro do verdadeiro Autor. Na nossa, Jesus, o Autor das nossas histórias, sempre esteve muito presente e atuante.
M: Nossa história começou em Imperatriz, cidade do Maranhão, no ano de 2018. Eu não era da Igreja nessa época, mas amava as artes, amava musicais, então, nunca perdia o musical anual da minha cidade, realizado por uma companhia de artes católica, a CIA Ruah.
J: Eu já havia assistido o musical da Ruah em 2017, mas em 2018 foi o primeiro em que eu participei como ator. Não, eu não era ator, na verdade eu era estudante de medicina, estava no 8º período, e não fazia nada relacionado a teatro, mas, sempre gostei muito das artes. Se contar, já havia feito o burrinho que levou Jesus no lombo na peça do maternal kkkkk mas pra falar a verdade, no final de 2018 eu fundei um projeto de palhaçoterapia no Hospital São Rafael, em Imperatriz, chamado Plantão do Riso. Nele, vestidos de palhaços, nós fazíamos ações semanais de visita aos pacientes oncológicos da unidade. Esse era o mais perto de uma apresentação teatral que eu havia chegado.
M: Já eu fazia Ballet desde os meus 4 anos de idade e sempre fui apaixonada pelas artes, nela eu me sentia livre, com ela eu aprendi a ter autodomínio e autopercepção corporal e era todo esse encanto que me fazia todo ano assistir o musical da Ruah. Inclusive, voltando a 2018, no espetáculo Vidas Cruzadas, que contava a história de Santa Teresinha, atenta como sou, eu percebi que havia um ator novo no elenco. Esse ator era o João. Não sabia que ele era o João, só sabia que ele era... bonitinho rsrs
J: Nesse musical, pasmem, a minha personagem era de um cara que dava em cima de Santa Teresinha e levava um fora (eu realmente não tinha sorte com papéis em Teatro kkkkk). Já em 2019, a CIA apresentou um novo espetáculo. Era maio e seria um musical menor, em preparação para o grande musical de fim do ano. O nome dele era "Maria, Senhora da Luz".
M: E por incrível que pareça, eu, mesmo nem sendo católica, fui chamada pra participar dele! Na verdade, eu fiz uma apresentação na Paróquia da minha mãe (à convite dela) e o diretor artístico da Companhia me viu dançar e me chamou para participar. Eu aceitei com muita alegria, afinal, amava as artes!
J: Foi engraçado que, no primeiro ensaio da Maria, quando ela começou a fazer aqueles passos estranhos de Ballet, eu - sem noção que sou - soltei o seguinte comentário "ah, esse golpe de karatê aí, até eu faço" KKKKKKKKKK
M: Eu fiquei com taaanta raiva desse menino! Eu nem conhecia ele e ele dizendo que a minha arte era golpe de karatê! 😡
J: A partir dali toda gracinha que eu fazia, ela cortava à seco.
M: Ah, amor, mas nem era de propósito...
J: Bom, eu achava que era kkkkk mas, talvez fosse só o jeito de falar mesmo, a Maria é bem "delicada" na forma de falar às vezes kkkkk mas a questão, na verdade, é que eu quase nunca conseguia estabelecer um diálogo de pelo menos 5 minutos ininterruptos com ela por que, ou ela me cortava, ou ela ficava calada. E como eu já falo bastante, parecia que eu estava fazendo um belo monólogo kkkkkk
M: Mas isso não durou tanto tempo assim, em um dos ensaios a gente até conversou melhor e eu abri um pouco o meu coração rsrs
J: Verdade. Nesse dia eu pensei que pelo menos uma colegagem algum dia poderia rolar kkkkkk na semana seguinte, nós apresentamos o musical no pátio da Igreja. O mais interessante é que, dessa vez, eu fazia São José (os humilhados sendo exaltados kkkk) e ela fazia o Espírito Santo que descia sobre Nossa Senhora na anunciação do Anjo Gabriel (vem aí, hein... kkkkkk)
M: Terminado o musical, o João, estranhamente, me pediu para tirarmos uma foto...
J: A minha ideia era ter algum papo para puxar com ela no Whatsapp depois, eu juro que não estava dando em cima dela, pelo contrário, a última coisa que queria na época era me relacionar com alguém. Tiramos a foto, nos despedimos e depois ficamos uns 3 ou 4 meses sem nos encontrar, até que…
A experiência com Deus!
... no 2º semestre de 2019, começamos a nos preparar para o musical principal, aquele que a Maria sempre assistia. Eu já a seguia no Instagram e tinha o contato no whatsapp, mas não nos falávamos muito e nem nos víamos porque a vida que a ela vivia era COMPLETAMENTE diferente da que eu vivia... lembro que nos encontramos só uma vez no Corpus Christi, que em Imperatriz é meio que um "evento cultural" da cidade… então nos vimos de longe, mas só isso.
M: É, eu não era de frequentar a Igreja, na verdade, foi esse um tempo muito difícil pra mim, eu estava me afundando em coisas cada vez mais pesadas, pecados... mas aos poucos, tudo foi mudando com os ensaios para o musical "Entre a Cruz e a Espada", que contava a história de Santa Joana D'Arc.
J: Eu fazia o vilão, o Duque de Bedford, basicamente o cara que influenciou para Santa Joana ser queimada na fogueira e a Maria, que fazia parte do corpo de baile, fazia várias personagens diferentes a cada dança que ela entrava, inclusive na cênica que eu fazia no início do segundo ato.
M: Foi justamente por causa da cênica dele que nós nos aproximamos mais. Eu falava muito pouco, o João falava mais kkkk mas tudo estava sendo muito novo pra mim, inclusive participar de orações, ir a missa, coisas que eu não fazia, mas que o musical me fez fazer.
J: Cara kkkk a Maria era bem feminista kkkk eu oferecia carona pra ela, ela dizia que ia a pé, eu tentava ser educado, ela me cortava kkkk mas eu sabia que tinha a missão de evangelizá-la, independente do que ela ia achar, até que em um dia, em um dos últimos ensaios, eu sentei do lado dela, e perguntei: o que a sua personagem tem ensinado pra você nesse tempo?
M: Eu achei muito absurda aquela pergunta kkk "sei lá, tem que ensinar alguma coisa?", talvez eu tenha dito. E aí o João falou "Então, eu vou te falar o que a minha personagem está me ensinando... me ensinando a não colocar Jesus na fogueira muitas vezes, a não ser pedra de tropeço na vida dos outros..." falou um monte de coisa e eu fiquei, "gente... palestrinha, uma hora dessas?"
J: Aí eu perguntei pra ela "E a sua personagem? Você está interpretando uma prostituta, não é? Quantas vezes você não se prostituiu por migalhas, você trocou Jesus pelas coisas que passam...". Sim, eu falei kkkk depois que eu falei isso tudo, ela só falou assim: "Tá bom" e foi embora me deixando com cara de tacho.
M: Apesar de ter falado assim, as palavras do João mexeram muito comigo. Foi ali que eu comecei a refletir sobre o mistério que envolvia a minha vida naquele tempo. Quando chegou a semana do musical, eu já estava imersa espiritualmente, mesmo que pouco, na obra que Deus queria fazer na minha vida.
J: Lembro que, no musical, a Maria não parava um minuto sequer, era o tempo todo correndo para trocar de roupa, pra entrar na próxima cena. Foram 4 dias assim, até que na última sessão do último dia, quando eu vi a Maria entrando em cena, perguntei pra Deus: "Senhor, ela vai sair desse musical e vai voltar para a vida vida velha dela... o que eu posso fazer pra isso não acontecer?" e senti que Ele dizia para eu falar com ela após essa cena. Não me disse o que era pra falar, só disse pra falar kkkkk
M: Lembro que quando o João me chamou e me deu um abraço. Eu não entendi nada, mas depois ele começou a falar um monte de coisa que eu fiquei completamente sem chão. O meu coração já estava curioso pra tentar entender o que estava acontecendo comigo e o João começou a descrever exatamente o que estava acontecendo e como eu estava me sentindo naquele momento, falar coisas que ninguém sabia, só eu sabia, foi muito forte. Hoje eu sei que foi o Espírito Santo que falou por meio dele, mas naquela hora eu fiquei atônita. Saí e fui retocar a maquiagem tentando segurar o choro. Quando me olhei no espelho eu desabei, comecei a chorar muito, muito, muito. Deus começou a me lavar através daquele choro, eu tive a minha experiência com Deus ali, no palco de um Teatro através da vida do meu futuro esposo.
J: Ela voltou chorando e me pediu outro abraço. Eu a abracei e tentei falar alguma coisa pra consolar, mas não tinha entendido ainda se ela estava chorando pelo que eu havia dito ou por outra coisa. Ela entrou no palco ainda chorando. Quando o musical terminou, ela que me pediu pra tirarmos a foto (o jogo virou, hein kkkk). Tiramos e quando ela me enviou no whatsapp eu a chamei para o meu grupo de oração no Shalom, no sábado seguinte, ao que prontamente - e estranhamente, pra mim - ela respondeu que sim. De fato, no sábado ela estava lá e nos subsequentes também. É interessante, porque no início daquele mesmo ano, em oração, diante do meu bloqueio a qualquer relacionamento, Deus me havia revelado que a mulher com quem eu ia me casar seria eu que iria evangelizar e assim foi. Eu notava que com o passar dos dias, a Maria ia mudando radicalmente o seu olhar, o seu vestir, o seu falar, chegou até a me dar, inocentemente, um terço de São José, como agradecimento pelo que eu havia feito por ela, sem nem sequer imaginar o que São José representava… acho que essa foi a primeira vez que eu pensei: “será?”. Isso tudo se tornou mais intenso especialmente após um momento muito especial que vivemos...
Entendidos e subtendidos
M: No final de 2019, vivemos uma experiência profundíssima de Deus através de um encontro chamado Natal dos Amigos. Nesse encontro, eu que já estava caidinha por ele, passei a ficar mais ainda kkkkk lembro que o dia em que eu realmente pensei na possibilidade de um dia ele se tornar meu marido foi quando o vi falar de Deus e sobre o Céu, no Natal dos Amigos. Ele falava como alguém apaixonado, acima de tudo, pela santidade e eu sempre percebi isso no João, o desejo de santidade para si e para os outros.
J: Em um desses dias do final de 2019, fui levar a Maria em casa e - como era bem comum, na época kkkk - ela estava chorando. Eu perguntei o motivo, mas ela não quis me dizer e ainda acrescentou: "ainda mais pra você, João...". Nesse momento... aaaahhh, nesse momento eu percebi que estava rolando alguma parada kkkkkkk eu sou meio lerdo pra essas coisas, mas não tão lerdo assim. Por que "ainda mais pra mim"? O que ela não poderia falar e ainda mais pra mim? Bom, eu imaginei o que poderia estar rolando mas fui até o fim para saber se era isso mesmo, afinal, vai que não é... acompanhe o diálogo:
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J: Mas se eu adivinhar o tema você me diz se eu acertei ou não?
M: Digo!
J: Então tá! É sobre a sua família?
M: Não.
J: Sobre seus amigos?
M: Não.
J: (...) sobre o seu coração?
M: Sim.
J: Você tá gostando de alguém?
M: Sim...
KKKKKKKKKKKK tava morrendo de medo de não ser eu, melhor confirmar:
J: Ele é alguém que você se aproximou muito nos últimos tempos?
M: Sim
J: Você fez três musicais com ele esse ano?
M: Sim…
Silêncio...
J: Sou eu, né?
M: Sim
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J: Ficamos em silêncio até eu deixá-la em casa . Quando chegamos, pedi pra entrar porque queria conversar sobre isso. Eu sabia que a Maria estava só encantada comigo, porque, na verdade, ela estava encantada com tudo que estava vivendo. Eu também estava encantado por ela, especialmente pela radicalidade que ela vivia (até hoje sou encantado por isso), mas sabia que se tivéssemos um relacionamento naquelas circunstâncias, desordenados afetivamente, daria tudo errado. Eu não queria que fosse como os relacionamentos que eu havia tido até então. Por mais que eu achasse que poderia dar certo, precisava ser firme na escolha pela nossa amizade, sabia que esse era o certo, para que cada tempo fosse bem vivido. Uma saudável amizade leva a um saudável namoro que leva a um santo casamento. Se fosse pra dar certo, naturalmente tudo iria acontecer.
M: Na época eu não entendi direito porque ele só queria ser meu amigo, pensei que ele não gostava de mim e ponto final. Eu estava acostumada com relacionamentos assim, “se quer, beija, se não quer, não beija” kkkkkk mas aos poucos fui entendendo que nós realmente precisávamos viver bem aquele período de amizade, especialmente porque eu estava acostumada com relacionamentos muito rápidos, fáceis, superficiais, sem qualquer espera. "Esperar pra quê?", eu pensava. Além disso, logo depois, no começo do ano de 2020, veio a pandemia, lockdown, tudo fechou e eu e o João, que já estávamos relativamente distantes, ficamos mais distantes ainda devido às circunstâncias.
J: Apesar disso, a gente sempre acabava dando alguma desculpa pra se ver, às vezes eu ia na casa dela "falar com a mãe dela", as vezes ela na minha pra "falar com a minha irmã"… era muito difícil conter a saudade e também muito difícil construir uma amizade madura conversando somente pelo WhatsApp, mas Deus de uma certa forma já nos preparava para o que iríamos viver 2 anos depois.
Tempo de espera (e de pandemia)
M: Recém chegada na Igreja, morta de apaixonada pelo João e presa em casa pela pandemia, lembro que era muito difícil. Eu tinha acabado de sair do mundo, era muito mais fácil só voltar! Mas, pela graça de Deus, eu comecei a servir na comunicação da Paróquia que 1 ano antes havia sido palco para o começo da minha experiência com Deus. Eu transmitia as missas, comungava, e conseguia me confessar. Esses eram os únicos dois lugares que eu ia: a paróquia, e a casa do João KKKKKK posso dizer, inclusive, que foram as duas coisas que me fizeram permanecer (e não surtar): Jesus, e o João - e até hoje é assim.
J: Já eu estava no último período de medicina, e com a Pandemia no auge, comecei a atuar na linha de frente do Covid. Comecei a ter mais cuidado quando a via, tinha várias restrições de distância, álcool em gel, máscara... e pensando bem, ainda bem que eu e ela vivíamos de máscara porque, linda como ela é kkkkk qualquer dia desses eu roubaria um beijo, com certeza kkkkk (rindo de nervoso). Inclusive teve um dia desses que eu não resisti e dei um “beijo de máscara” nela KKKKKKKKK foi muito engraçado.
M: Engraçado pra você! Eu fiquei morrendo de raivaaa, ao invés de ele tirar a máscara kkkkkkkkk
J: Às vezes eu era sem noção, às vezes eu era muito sem noção kkkkk bom, o fato era que era um tempo que nós tentávamos muito crescer na amizade desinteressada um pelo outro. As convivências com a Jéssika (minha irmã) e com o Felipe (meu cunhado), na casa da família dele e no Rancho, apesar de momentos super simples, foram grandes oportunidades para crescermos no conhecimento um do outro.
M: Mas aí, em outubro, vieram dois acontecimentos que mudaram o que viveríamos no ano seguinte. O primeiro foi o aniversário do João. Os amigos dele, Deyvisson e João Marcos foram de São Luís para Imperatriz especialmente para esse momento, e nós fizemos uma surpresa na casa do Breno, nosso grande amigo. Mas o segundo acontecimento foi mais importante ainda…
A vida virou plantão!
J: No dia 08 de outubro de 2020 eu me tornei médico! Foi uma grande alegria para mim, para todos os meus amigos e para minha família.
M: E eu tive o grande prazer de presenciar essa etapa da vida do João. Nós estávamos nos falando pouco, mas realmente, eu precisava estar com ele nessa ocasião. Nos dias que antecederam a formatura, ele falou que ia tirar umas fotos na Igreja e que queria que eu fosse. Claro que eu fiquei muito surpresa, afinal, não estávamos muito próximos naquele tempo, mas, meu Deus!! Como eu fiquei feliz. De tantas pessoas, de tantos amigos, o João queria que eu estivesse lá! De certa forma, eternizada naquelas fotos que registravam o início da carreira dele, é claro que eu aceitei com toda a alegria do mundo. Foi muito legal viver aquele momento, sentir que eu fazia parte da vida do João.
J: É, a Maria acompanhou alguns dos meus processos finais com a medicina. Durante o curso eu tive muitas dúvidas se era isso que eu queria fazer mesmo, achava que não estava preparado para ser médico, típico de estudantes que tem uma autocrítica muito elevada. Mas daí em diante, especialmente depois que me formei e saí dando plantões igual um doido (ela detesta essa parte da história kkkkk), depois que comecei a achar que era rico e comecei a esbanjar em todo lugar, pagar a conta de todo mundo, ela sempre esteve comigo me relembrando quem eu era de verdade. Ela acompanhou tudo, atenciosa, silenciosa como ela é… e me ajudou a relembrar quem era o João de verdade. Lembro de um dia eu ter saído de mais cedo de uma pizzaria e pagado a conta de todo mundo sem avisar. Depois disso, ela me chamou no whatsapp e perguntou “porque você pagou a conta de todo mundo?” e eu realmente não tinha ainda me questionado o real motivo de estar agindo assim. Me dei conta que estava querendo corresponder a uma expectativa que os outros poderiam ter de mim, por agora ser médico, e esqueci de ser eu mesmo. A Maria tem esse poder na minha vida.
M: Já no finalzinho de 2020, com a pandemia mais amena e os pais do João planejando morar em Imperatriz para ajudar a Jéssika com o bebê que viria mais tarde, fizemos um churrasco na minha casa. Estava praticamente toda a minha família e grande parte da dele. Nessa época eu tinha certeza que as coisas se encaminhariam para começarmos a namorar, eu não conseguia ver outra possibilidade... mas foi aí também que levamos uma rasteira hahahha uns 20 dias depois, quando rezamos para trilhar o namoro na comunidade shalom, discernimos que ainda não era o tempo. Foi bem difícil, mas foi também quando as coisas começaram a acontecer de verdade! Eu me aprofundei na caminhada dentro da Igreja, me engajei mais no serviço, na obra Shalom, e foi quando nós aprendemos a viver uma amizade madura de verdade. Foi quando, de fato, nos tornamos melhores amigos.
J: Lembro que, nessa época, a Maria ficou muito mexida, porque não fazia sentido para ela se afastar de mim sendo que ela gostava de mim. Isso ficou muito mais forte pra gente depois do musical de 2020, um musical online que contava a história de Chiara Luce, mas que nós ensaiamos presencialmente. Em uma das cênicas nós dançávamos juntos e isso foi muito especial para estreitarmos ainda mais os laços (até hoje sabemos a coreografia de cor kkkk). Já tava claro pra todo mundo que nós dois nos gostávamos. Apesar de eu querer muito, fazia todo o sentido amadurecermo-nos ainda mais, inclusive era por isso que eu não havia mais tido relacionamento algum desde 2018, pois sabia que precisava esperar o tempo certo. Eu já estava acostumado a algumas "perdas" e sabia que elas carregavam frutos de eternidade em si. Se eu amava a Maria eu poderia sim esperar o tempo que fosse e ela também, apesar de ainda não ser acostumada a relacionamentos assim até então. Não foi um tempo tão difícil pra mim quanto foi pra ela, mas lembro que O TEMPO TODO eu ficava com medo de ela desistir de esperar e partir pra outra... isso sim foi o mais difícil.
M: Pra mim, o mais difícil, na verdade, foi quase nunca conseguir ver o João. Depois que ele se formou, começou a dar milhões de plantões, quase não parava em casa. A família do João ia mais vezes lá em casa do que ele próprio. Apesar disso, ele sempre dava um jeito de se fazer presente, inclusive num dia em que eu passei mal e fui parar no hospital. Advinha quem estava lá dando plantão? Kkkkkk sim, ele! foi muito engraçado e bonitinho ver ele chegando de jaleco, todo preocupado comigo. Eu ficaria doente mais vezes só pra ser paparicada daquele jeito de novo kkkkk.
J: É, nesse tempo eu tava dando plantão igual maluco. A única forma de me ver era ficando doente kkkkk mas, o natal e o ano novo foram datas que eu decidi não dar plantão, isso que fez, inclusive, o ano de 2020 ser o primeiro Ano Novo que passamos juntos e de uma forma muito engraçada. Estávamos em uma casa com música muito alta (eu odeio música alta) e minha irmã (Julyenne) começou a ficar muito inquieta. Como de costume, eu estava conversando com a Maria no whatsapp e eu me convidei para passarmos a virada do ano na casa da família dela e assim foi. Foi muito simples, mas muito especial (e diria até profético) as nossas famílias passarem o ano novo juntos, logo no ano em que iríamos começar a namorar. Ainda lembro de um outro dia engraçado, foi a festa de formatura de um amigo meu. Queria muito levar a Maria. Mas ela não era minha namorada... e não fazia sentido uma "amiga" (que ele não conhecia) ir para essa festa. No fim das contas eu não liguei pra nada disso e a levei mesmo assim kkkk eu andei de mãos dadas com ela só pra evitar perguntarem se ela era minha namorada, ia ser muito difícil explicar kkkkkkk
M: Todo programa que o João sugeria eu dava um jeito de ir, porque era muito difícil ter ele por perto por causa dos plantões. Apesar disso, dar muitos plantões tinha suas vantagens também kkkk o João se mudou pra um apartamento bem grande, bem legal, e nessa época os pais dele já tinham ido morar com ele em Imperatriz. A Jéssika já estava com uns 6 meses de gestação. Aliás, uma curiosidade interessante é que o sobrinho do João, Bernardo, nasceu em um de que o João estava dando plantão no hospital também kkk
Melhores amigos
J: Depois do nascimento do Bernardo, eu comecei a diminuir o ritmo nos plantões e ficar só em serviços que realmente eu queria ficar. Meus pais estavam morando comigo, meu sobrinho tinha nascido... eu comecei a voltar o meu olhar ao que realmente era essencial. Apesar disso, os rastros do tempo que eu vivi a profissão de forma desordenada ficaram. De uma hora para outra eu percebi que não via mais meus amigos, não convivia mais com eles e acabamos nos afastando, nos desentendendo... foi uma época muito difícil pra mim, mas lembro que quem nunca saiu do meu lado foi a Maria. De repente, eu percebi que só restava eu e ela.
M: Era até esquisito sair e não ver o João, antes praticamente todos os momentos de convivência eram na casa dele. E aí do nada ele passou a nem estar mais presente. Mas eu via o que estava acontecendo, vi o quanto ele estava se esforçando para ganhar experiência e se tornar o melhor profissional que ele poderia ser... ele só não estava sabendo dosar as coisas. Enfim, quando saíamos em grupo, eu sentia muita falta dele, e em um desses dias eu senti mais do que o usual, que foi quando a nossa amizade começou a mudar. Foi quando nosso grupo de amigos começou a se dispersar, mas eu não poderia, e nem via sentido em desistir de estar próxima dele.
J: Lembro do dia e da hora em que eu percebi que a Maria havia se tornado minha melhor amiga. Foi ali por volta de Abril, eu tinha estacionado o carro no estacionamento do meu prédio, após um plantão no Hospital de Campanha do Covid. Eu lembro que queria sair pra algum lugar com alguém, queria conviver, mas não me sentia a vontade para chamar ninguém para sair, a não ser a Maria. Foi ali, quando “só restou ela”, que eu percebi que era o momento de darmos um passo a mais, era esse o lugar onde Deus queria nos levar para então começarmos a caminhar para uma vida a dois.
Agora vai! Kkkkk
J: Apesar disso, esse era o ano em que eu havia me comprometido a estudar mais para as provas de residência. Tentava conciliar o trabalho com os estudos e até dava certo, foi um tempo de maior ordem na minha vida, até pelo fato de meus pais estarem morando comigo de novo e eu poder dedicar mais tempo para estudar sem o peso dos afazeres domésticos. Masss... o problema era que eu queria Medicina de Família e Comunidade e era uma residência que não tinha no Maranhão. Então, por mais que parecesse o tempo de darmos um passo em direção ao namoro, tudo indicava que esse namoro provavelmente não seria presencial.
M: Eu via o João mergulhando nos estudos, fazendo planos para o futuro e achava muito bonito, mas só de pensar em namorar à distância, já batia aquela ansiedade... eu não tinha tido boas experiências com isso no passado e, enfim... ainda nem tínhamos começado e já estava agoniada com a ideia. Apesar de tudo, ficava muito feliz, pois via que ele me incluia nos planos dele para o futuro.
J: Foi uma fase que eu e a Maria estávamos tão próximos que parecíamos da mesma família. Ela vivia lá em casa e vice-versa. Inclusive, o fato de eu ser médico, na verdade, fazia eu adentrar em situações ainda mais especiais da família dela. Em abril, mais ou menos, a avó da Maria precisou fazer um tratamento e eu passei a ir lá com regularidade. Num desses dias, lembro de uma situação engraçada kkkkkk vou deixar ela contar por mim
M: Ele foi visitar minha avó - dizendo ele -, e nesse dia, saindo da minha casa já de noite, nos distraímos conversando na porta, e a minha cadela, a Alaska, se aproveitou do momento pra dar um passeio na rua. Um passeio bem rápido, diga-se de passagem kkkkkkk precisei correr humilhada atrás dela na rua da minha casa, e o João foi atrás de mim dirigindo o carro em direção a BR. Encontramos ela já na BR, no meio do mato, perto de uns cachorros de rua que não estavam com cara de muitos amigos. Nesse dia o carro do João ficou cheio de sujeira e pêlo branco por causa da Alaska. Nunca me senti tão humilhada por um animal kkkkkkk
J: Apesar da humilhação, era a gente brincava muito com a Alaska. Eu vivia dizendo pra ela que "I don't like animals", mas ela vivia me cheirando e me lambendo kkkkk mas na maioria das vezes deixávamos ela no quintal quando estávamos na casa da Maria, especialmente quando começamos a viver com mais intensidade a produção de conteúdo de evangelização para as redes sociais que reiniciamos em 2020, através do instagram do @joviscatolicos.
M: O João criou o Jovis em 2015, mas desde 2018 estava sem movimentação. Em 2020 reiniciamos as atividades, mas em 2021 só restou nós dois na produção do conteúdo e isso fez com que estivéssemos ainda mais unidos, prefigurando o que nós vivemos hoje com o nosso Instagram @joaoemariadaily. Íamos para a casa do João gravar e - perfeccionista como ele é - a cada dia eu tocava mais nos defeitos e qualidades dele... e percebia que tudo isso me fazia querer ainda mais que estivéssemos juntos.
J: Eu considero que esse tempo foi fundamental. Não estávamos juntos somente jogando conversa fora, mas juntos no intuito de falar de Deus, evangelizar, ser instrumento de Deus na vida das pessoas. Isso pra mim se tornou ainda mais evidente quando a Maria decidiu fazer a consagração a Nossa Senhora, em julho. Eu fui o único privilegiado a estar ao lado dela nesse dia. Lembro de ela me mostrar a corrente e pedir: "João, pode colocar para mim? Eu não consigo sozinha". Aquela frase ecoou durante todo o dia para mim, especialmente porque era um tempo em que eu estava muito atento aos sinais de Deus para que começássemos a caminhada para o namoro.
M: E aí em setembro começamos a rezar para discernir se era vontade de Deus que dessa vez iniciássemos o namoro. Aproveitei que estava próximo do aniversário do João e dei pra ele um bordado de São José (até pra ele dar uma acelerada no processo kkkkkkk). Eu já havia dado um terço de São José para o João em 2019, quando ainda nem sabia do significado de São José e aqui, mais uma vez, ele estava presente como um sinal.
J: Na verdade, quando a gente está apaixonado tudo parece ser um sinal, né? No mês de novembro eu fui ser padrinho de casamento de João Marcos lá em São Luís (aquele mesmo amigo meu que tinha ido no meu aniversário no ano anterior). Eu fiquei atento a tudo no casamento, tudo me fazia lembrar dela, a noiva, o lugar, os convidados... ficava pensando em como seria se fosse a gente... e era assim em tudo quanto era lugar. Nesse mesmo mês eu fui fazer as temidas provas de residência: no Rio no começo, apesar de não querer de jeito nenhum morar no Rio, e em Santa Catarina no fim do mês. Por onde eu andava eu mandava foto e falava sobre tudo que observava.
M: Inclusive kkkkk tem uma história engraçada de quando o João foi para o Rio. Ele ficou na casa do Eduardo Castanheira, hoje amigo, mas na época, um desconhecido do Shalom que o acolheu kkkk um dia ele levou o João pra conhecer o pai dele, e ali começou o golpe: como um bom Português, ele ofereceu uma cachaçinha com limão pra ele, super docinha, e uns amendoins como tira gosto... vou deixar ele contar que fica mais engraçado kkkkkk
J: Eu não tinha costume nenhum de beber na vida kkkkkkkkk mas aquela cachaçinha tava tão docinha, parecia limonada e eu fui virando uma atrás da outra kkkkkkkkk trinta minutos depois, eu estava enxergando os prédios todos girando kkkkk enfim, o Rio de Janeiro e sua habilidade de deixar as pessoas MUITO doidas kkkkkkk
M: Eu tava acompanhando tudo em tempo real porque ele me mandava foto de tudo kkkkkk até hoje a gente faz piada com isso (se vocês verem ele tomando vinho sem mim, por favor, me chamem, ele acha que é suco de uva kkkkk)
J: Apesar desse imprevisto, estar aqui na cidade do Rio me fez ter uma intuição e um sentimento de que Deus iria me mandar pra cá. Tudo me remetia a isso, inclusive o fato de ter sido a cidade onde eu tive a minha experiência com Deus na JMJ de 2013. Se não fosse essa ocasião, talvez eu nunca teria evangelizado a Maria e as nossas histórias seriam completamente diferentes.
M: Sim, lembro do João me falando por Whatsapp que ele sentia que ia pro Rio. Me deu um frio na barriga... um João é muito certeiros nessas intuições dele. Quando saiu o resultado das provas, ele havia passado tanto na do Rio quanto na de Santa Catarina. O João vivia falando que queria ir para Santa Catarina por vários motivos, inclusive pelas cidades e pela organização da rede de saúde...
J: Mas eu fui cair na besteira de rezar né kkkkkk depois de muita briga com Deus, eu tive a certeza de que o Rio era o meu lugar, mass... passemos agora para um momento MUITO IMPORTANTE da nossa história:
Quando a nossa vida fit começou
M: No dia 10/12/2021 o João me fez o pedido de namoro! Ele preparou um tour quase turístico pela cidade, passando por todos os lugares que marcaram nossa história: o Teatro Municipal, a Igreja onde me consagrei e cada parada ele me dizia algo sobre nós dois... até chegar na capela do Shalom, onde, diante de Jesus, ele me pediu em namoro. O mais interessante desse dia é que era Dia do Palhaço e isso foi muito importante pra nós porque o João era palhaço de hospital na faculdade e porque fizemos uma apresentação de Teatro Clown juntos no primeiro Natal dos Amigos, em 2019. Foi tudo muito importante e hoje essa palhaçada toda faz muito sentido pra gente kkkkkkk
J: Eu tava um pouco nervoso, mas foi tudo perfeito! No dia seguinte fomos à missa juntos e depois fui a casa dela pedir permissão aos pais dela para namorarmos e, no seguinte, a levei para almoçar em um restaurante legal. Foi a primeira vez que combinamos a paleta que íamos vestir e, coincidentemente, é também a do nosso casamento.
M: Foram muitas alegrias nesse tempo. Começamos a namoro, o João tinha passado na residência, eu tinha ingressado na Comunidade de Aliança no Shalom, passamos o Natal juntos em família no Rancho da família do Felipe... estávamos querendo viver tudo com a maior intensidade possível, pois sabíamos que em breve estaríamos distantes fisicamente. Inclusive, eu, mesmo não sendo estudante de medicina, ia pros atendimentos com o João na UBS que ele trabalhava. Eu não entendia nada, mas gostava de acompanhar (ele é o melhor médico do mundo).
J: É, mas logo no começo a gente já começou a se deparar com as dificuldades kkk lembro que no final de Dezembro, estávamos arrumando a casa para o Natal dos Amigos daquele ano e, num surto de alegria, a Maria sugeriu que, quando estivéssemos à distância, iríamos fazer várias "receitinhas" juntos por chamada de vídeo. Eu, na mesmo hora, achei meio cafona e falei, tipo, "é, pode ser...", sem muita animação... dois segundos depois, a Maria simplesmente começou a chorar kkkkkkk eu fiquei desesperado pensando "bicho, o quê que eu faço agora, ela tá chorando porque a gente não vai fazer receitinha por vídeo" kkkkk mas depois fui aprendendo que tem que deixar ela sofrer um pouco o drama dela e depois tudo vai virar piada kkkkk
M: É, gente, eu sou melancólica... e o João tem o jeito dele, ele tem os limites pra doçura... hoje a gente lembra disso e começa a rir. Pra falar a verdade, um ano após esse acontecimento, o João tomou a iniciativa de ligar pra mim para fazermos uma receita juntos por videochamada. Ele estava odiando fazer aquilo, mas ele sabia que eu ia gostar e foi maravilhoso. Amor é isso.
J: Falando em receita, essa foi época que eu estava mais gordo na minha vida kkkkk acho que se tivesse um tema para esse tempo, na nossa vida, seria “pastel mistão”. A gente estava comendo pastel todo santo dia depois da missa, pizza, sem contar as pratadas que minha mãe fazia lá em casa todo dia. Resultado? O médico estava com colesterol alto. Quando vi isso no exame - que fiz por acaso - tomei um susto e decidi que ia mudar meu estilo de vida.
M: Quando o João embarcou nessa vibe de vida saudável, eu fui junto, claro... é pra vida toda, né? O que ele fazia eu apoiava, ainda mais sendo para o nosso bem. E o João é muito cabeça dura, então, quando coloca uma coisa na cabeça, ele vai até o fim. Aos poucos ele foi começando a fazer mais salada, comer mais fruta kkkkk ele vivia me mandando foto com cara de tristeza mordendo uma maçã kkkkk foi aí que nasceu a nossa "vida fitness": passamos a entender a nossa saúde também como missão (inclusive, é por isso que não vai ter refrigerante na nossa festa de casamento). Começamos a caminhar juntos na beira-rio, tudo era maravilhoso, até a dieta kkkkkk
J: Mas a alegria de pobre dura pouco, né? Kkkkk fevereiro chegou e com ele a minha mudança para o Rio de Janeiro. O coração apertava... lembro de um dia estar dirigindo pra casa da Maria e ela do lado e eu de repente cair no choro ouvindo uma música que dizia "se preciso for eu partirei para longe, terei como minha a terra que escolheres pra mim... eu deixarei meus pais por ti, os mais queridos..." apesar do aperto no peito, eu sabia que estava na vontade de Deus, estava muito decidido que era essa a decisão a se tomar.
M: Deixar o João na rodoviária foi uma dor tão grande... eu não parava de chorar, com o Breno do meu lado me consolando kkkk sabia que precisava ofertá-lo, mas era difícil sem saber como seria dali pra frente.
J: Aí que começou o nosso namoro à distância e todos os seus desafios...
Ele é carioca, ele é carioca
M: No começo de fevereiro o João começou a se instalar no Rio. Lembro que passamos uns 4 ou 5 dias sem trocar muitas mensagens. Nessa época a minha formadora pessoal também namorava à distância, e eu lembro que ela sempre me falava "Maria, os homens não conseguem fazer duas coisas ao mesmo tempo, ele precisa do tempo dele pra se adaptar". Mas na minha cabeça não entrava que não tinha como me mandar algumas mensagens no dia - depois que me mudei pro Rio eu fui entender a dificuldade, mas isso é história pra daqui a pouco kkkk
J: O Rio não é para amadores… a Clínica que eu trabalhava era um caos e logo no primeiro mês já passamos por um tiroteio. Eu falei para a Maria sobre isso, mas ao mesmo tempo não queria preocupá-la. O fato de não estar por perto ajudava em um aspecto, porque ela não ficava aterrorizada com tudo que eu passava, mas ao mesmo tempo, dificultava porque ela não entendia muito bem minha nova dinâmica. Confesso também, que, esse negócio de dizer pra onde estava indo, o que ia fazer… era muito difícil pra mim, soava como se eu tivesse que dar satisfações e eu odiava essa ideia. No fim das contas, não era bem isso, era só uma forma de se fazer presente um na vida do outro…
M: Na comunidade shalom já se tinha a recomendação de sempre tirar um dia da semana para fazer uma ligação de vídeo para o namorado (era o “dia do namoro”) e nós elegemos o domingo como nosso dia de namoro, porque era o mais “tranquilo” pra nós dois, especialmente para o João.
J: Além disso, eu sempre tentava mandar um presentinho (geralmente uma rosa) quando fazíamos mais um mês de namoro. Devo ter falhado em uns 3 ou 4 meses ao longo dos dois anos de namoro à distância. Mas na minha cabeça, os presentes, as mensagens no whatsapp e as ligações de vídeo já eram o suficiente…
M: Na minha não… eu queria passar a maior parte do tempo falando com ele. E eu não entendia que NÃO TINHA COMO, afinal, a vida precisava acontecer kkkkk ele precisava trabalhar, e não que eu não tivesse as minhas coisas também, mas era tudo 300x menos corrido do que é no Rio. Só que eu não entendia, e, até eu entender isso demorou bastante…
J: Mas, com o passar do tempo, as coisas ganharam suas devidas proporções, e fomos nos habituando à nova realidade.
M: E aí as coisas começaram a fluir de verdade. Comecei a ver passagens e datas boas para visitá-lo, como minha rotina era mais tranquila, era muito mais fácil que eu o visitasse no Rio. Aproveitei logo o maior feriado, que nesse caso era a Páscoa, e comprei minha passagem.
J: Essa viagem rendeu muita história, do começo ao fim, desde coisas boas a brigas bobas. Ela inclusive foi decisiva pra vinda da Maria para o Rio dois anos depois.
M: Assim que eu pisei no Rio, sabia que aqui tinha alguma coisa diferente, sabia que precisava vir pra cá. Mas não dei muita bola, deixei as coisas rolarem. Bem, nessa época, a única forma de passar tempo com o João era indo pro trabalho com ele, então vamos lá! Acompanhei um dia de visita domiciliar, entendi as demoras nas respostas das mensagens e o cansaço, e olha que só fomos a 4 ou 5 casas - segundo ele, foi um dia tranquilo.
J: Em todas elas, a demanda era de saúde mental. Todas, sem exceção.
M: Eu já tinha começado a fazer psicologia, mas vi aquilo como um grande sinal. Em uma das casas, pensaram que eu fosse a psicóloga, e eu só estava no segundo período kkkkkkk mas parecia que tudo falava sobre o Rio, sobre mudança, sobre tudo novo. Eu rezava e Deus falava. Cheguei toda afobada em Imperatriz querendo logo ir pro Rio kkkkkkkkk mas aí vocês guardam essa parte no coração até chegar a hora certa... que ainda tem muita coisa dessa viagem pra falar.
J: Alguns dias antes, uma amiga minha que namorava à distância, havia me recomendado levar a Maria para passear na Zona Sul e andar de bicicleta, naquelas bicicletas do Itaú que a gente aluga. Eu achei maravilhoso, porque eu gosto de andar de bicicleta e a gente não teria que ficar gastando rios de dinheiro pra ir de Uber para os lugares, porque a na Zona Sul é tudo mais perto.
M: Nossa... eu amei, mas só até certo ponto. Quando a gente estava pedalando pelos pontos turísticos até estava legal, visitamos o Parque Lage, tentamos entrar no Jardim Botânico e fomos barrados porque não tínhamos a terceira dose da vacina do COVID, mas depois fomos almoçar em um restaurante lá perto que era SUPER CARO. Estávamos cansados e não conhecíamos a região, então tinha que ser ele mesmo. Pegamos o prato mais em conta, que era um estrogonofe e, nossa... tava HORRÍVEL, só o Ketchup, o pior estrogonofe que eu comi na minha vida. Para completar, tínhamos que ir em uma missa de compromisso às 15h e como nós iríamos? Adivinha?
J: De bicicleta, é claro! Kkkkkkkk a gente chegaria lá, trocaria de roupa e Brasil!
M: Ah, eu nem gosto nem de lembrar desse dia... se desse pra voltar no tempo! Eu tive que assistir a missa toda pregada de suor porque não deu tempo de tomar banho nem nada, só o João mesmo...
J: Masss, ao final da viagem, fomos ao teatro. Assistimos um musical do Rei do Show, e logo em seguida corremos pro aeroporto, a Maria foi de mala e tudo. Chorou quando nos despedimos, é claro, e voltamos pra realidade. Essa primeira visita foi muito importante pra eu entender as necessidades da Maria e que ela tinha o tempo dela pra processar cada coisa, não era acelerada como eu sou. E é sobre isso. Aos poucos essas realidades foram se conformando, mas à distância ainda era um grande dificultador, especialmente pra a Maria.
M: Ah... acho que devido às experiências ruins que eu tinha tido antes, estar longe era muito muito ruim, eu sempre imaginava e esperava o pior, não que eu não confiasse no João, a minha grande questão era a minha auto confiança. Isso me tornava extremamente insegura, logo, extremamente ciumenta.
J: Pois é... eu falava pra ela que, longe ou perto, essa seria sempre uma questão. Eu fui percebendo que, especialmente quando nos víamos pessoalmente, isso vinha à tona com mais força, afinal, era quando podíamos tocar na verdade um do outro de perto. É muito fácil mostrar só o que é legal por vídeo chamada ou por whatsapp. Mas aí, no meio do ano, aconteceu algo que renovou o sentido da nossa união...
Prioridades, né...
M: Fiquei sabendo pelo Instagram que iria acontecer um retiro de namorados online. Seria perfeito para nós dois apararmos as arestas do nosso relacionamento. Confesso que fiquei com um pouco de receio de o João não querer fazer…
J: Na verdade, quando ela falou, eu pensei “aah, um retiro…”, não me animei tanto, porque já temos tantos afazeres comunitários… mas, ao mesmo tempo, eu sabia que ela queria fazer e que, por ser um retiro de namorados, era bem provável que tocasse em realidades que estávamos precisando na época
M: E, de fato, foi muito bom. Lembro que ficar super animada por ver o João pelo meet e ficávamos partilhando sobre o retiro pelo whatsapp. O Luan e a Joyce, nossos amigos, também estavam fazendo esse retiro e nem combinamos nada. Foi um dia de muita graça onde conseguimos amadurecer nosso olhar com relação ao outro
J: Voltamos a nossa rotina normal de mensagens diárias e ligações semanais, até que consegui umas férias no meio do ano. Era sempre meio complicado, porque tinha que passar metade dos dias de férias com ela em Imperatriz e metade com os meus pais, que já haviam voltado para São Luís. Para a Maria nunca era o suficiente e pra minha mãe também não kkkkkkkk
M: Mas não era só pela quantidade de dias… é que quando ele ia eu queria ficar o 24h com ele e queria que ele estivesse 24h disponível para mim, mas ele também tinha os amigos dele em Imperatriz e os afazeres da vida que não paravam por ele estar de férias. Eu não conseguia entender isso muito bem e ficava frustrada por as coisas não acontecerem como eu planejava, e como não sabia lidar com isso, acabava descontando no João. Nessas férias dele, não rolou uma briga de fato, mas algumas certas estranhezas entre nós…
J: Eu sentia como se a Maria tivesse o tempo todo me exigindo atenção… e de uma certa forma estava e era o jeito dela. Ela é mais assim, eu, não tanto. Por isso, às vezes me sentia sufocado. Mas ela não sabia disso e eu não expressava isso. Aí ficava nesse conflito, ela querendo atenção constante e eu me sentindo sufocado, querendo ficar um tempo em silêncio e ninguém expressava nada. No começo, tínhamos muita dificuldade de nos expressar, eu porque achava que tudo ia machucá-la e ela porque achava que eu poderia terminar a qualquer momento.
M: Mas aí nós conversamos e nos entendemos. Acho que foi a primeira vez que o João realmente precisou de um tempo sozinho, eu tive que lidar com os meus pensamentos intrusivos de que ele não me amava porque queria ficar sozinho. Ele só é desse jeito e não tem problema nenhum. Foi nesse tempo que eu comecei a entender o jeito dele de funcionar.
J: Quando voltei pro Rio, busquei ser mais presente no whatsapp (eu sempre prometia tentar responder mais rápido), mas simplesmente era difícil demais e, muitas vezes quando eu chegava em casa, eu só queria dormir. Por isso, no domingo, que era o nosso dia, eu fazia de tudo pra estar presente… mas com o tempo também fui me deparando com um conflito interior que existia em mim. Eu já havia conhecido pessoas muito importantes aqui no Rio, como o Alvin, a Maria Clara, a Manu e muitas vezes também queria conviver com eles no domingo após a missa, mas tinha que voltar para casa para fazer chamada de vídeo com a Maria… basicamente o que nos sustentava era as ligações de vídeo no Domingo. Então, PRIORIDADES, né
M: Eu via o esforço do João, mas eu também muitas vezes queria sair para conviver no domingo, mas não podia. Acredito que pro João era mais sofrido porque tudo para ele era novo, as amizades, as pessoas e ele meio que não podia “ser inteiro” porque sempre tinha que voltar pra casa. Já eu, em Imperatriz, tinha um carro, não tinha o trabalho tão pesado durante a semana, e as amizades que eu tinha continuavam ali… hoje eu consigo entender melhor.
J: Pois é… eu me esforçava bastante porque vi que, se tava difícil, é porque eu estava no caminho certo. Eu muitas vezes precisei sair de mim para sempre lembrar do dia 10 no calendário e, no meio da minha rotina maluca, fazer chegar nas mãos dela uma rosa, um chocolate, qualquer presentinho que a lembrasse que eu estava lutando por nós dois.
M: Nossa e como isso foi importante nesse tempo. Nós ficamos só 3 meses sem nos vermos pessoalmente e pra mim já parecia ser uma eternidade kkk depois só nos vimos em outubro por exatos 1 dia. O João foi para São Luís para votar, já que o Juvêncio, irmão dele, era candidato a deputado estadual, e eu aproveitei e fui lá rapidinho. Foi literalmente um dia kkkkkk era tudo que eu tinha, e fiz de tudo para que desse certo, afinal, se não fosse essa visita, só nos veríamos novamente em dezembro.
J: Eu achei muito forte a Maria sair de Imperatriz em plena época musical pra me ver somente por 1 dia. Comecei a perceber que o esforço não era só da minha parte, mas muito da parte dela também
M: Lembro que foi tudo muito corrido, era dia de eleição, época de musical, faltava mais ou menos uma semana para a estreia. E, além de tudo, era dia de ensaio geral. E claro que eu faltei pra conseguir vê-lo. Fomos a praia com a família dele e almoçamos e depois voltei, foi basicamente isso a viagem kkkkk pra piorar, na volta, as estradas estavam fechadas por conta das eleições, e precisei voltar na correria de avião, em um voo que era pra ser 45 minutos acabou virando 10 horas com direito a escala em Fortaleza kkkkk tudo isso pra ver o João.
J: Por isso que hoje tendo a pensar que quando os dois realmente querem, as coisas acontecem. Todas as eventuais “incompatibilidades” podem ser superadas com ajuste e diálogo. Na medida em que são superadas, nasce o amor verdadeiro, o amor que quebra barreiras humanas, temperamentais, geográficas… porque o amor conjugal pressupõe união.
M: É… e quanto era sofrido quando tínhamos que nos despedir, especialmente pra mim que sou mais chorona com isso. Mal nos despedíamos e eu já começava a procurar feriados e passagens para o nosso próximo encontro… e eu já estava com a próxima data marcadinha no meu calendário…
Dezembro caótico kkkkk
J: Foi em dezembro no Rio, quando completamos 1 ano de namoro. Pra mim, nessa ocasião era questão de honra levá-la em um restaurante bom e em uma atração boa, já que as bicicletas do itaú e o estrogonofe não agradaram kkkkk
M: Sim kkkk e dessa vez ele tinha bastante tempo para fazer isso acontecer, porque eu havia me programado para passar o mês inteiro de dezembro no Rio.
J: O fato da Maria vir passar o mês inteiro aqui gerava coisas boas e ruins em mim. As boas, óbvio, a minha namorada estar perto de mim e podermos estar juntos, mas as ruins era devido a pressão que eu colocava em mim mesmo de ter que sempre sair com ela, oferecer o melhor da cidade etc quando, às vezes, eu só queria ficar em casa. Eu ficava pensando, “cara, vai ser um mês todinho saindo da zona norte pra zona sul pra turistar com a Maria, eu não dou conta”
M: Mas isso era coisa da cabeça do João… eu nunca cobrei nada, eu só queria estar perto dele, seja aonde fosse, isso bastaria. O João é assim kkkk às vezes, pra me agradar, ele coloca o mundo de cabeça pra baixo, quando na verdade eu só quero estar perto dele.
J: Algumas conversas com Alvin me ajudaram a perceber isso. Um dia o Alvin me disse “cara, a Maria é uma mulher muito simples, você não precisa fazer coisas de outro mundo para agradá-la” e, quando parei pra pensar, realmente… nunca foi preciso, mas eu colocava uma pressão em mim pensando na expectativa que ela teria… coisa de gente doida!
M: Mas, voltando, esse tempo foi ótimo para o nosso crescimento. Antes de chegar no Rio, no dia 10/12/2022, o João me mandou um buquê de rosas com uma carta… ahhh, eu ganhei o meu dia! Isso me fez ficar ainda mais desejosa de chegar no Rio pra dar um abraço nele.
J: Quando a Maria vinha pra cá, ela ficava na casa da Manu Barros, que era um pouco perto do meu trabalho (Ramos/Penha). Então combinamos que eu ia sair do trabalho e pegar ela lá para irmos para um lugar surpresa. Dessa vez eu sabia que ia acertar kkkkkk o problema foi só a distância kkkk iríamos para um teatro no Jockey e da Penha pro Jokey, às 18h, que era quando eu saia do trabalho, haja engarrafamento kkkkkk
M: Resultado, chegamos faltando 30 minutos para acabar o espetáculo kkkkkk mas foi maravilhoso mesmo assim. O João me levou para o Candlelight, um recital de natal à luz de velas, mesmo com tão pouco tempo, foi encantador demais! Depois saímos vagando pelo Jockey procurando um restaurante para comer e encontramos o Páreo. Foi o primeiro restaurante que acertamos no Rio, depois da decepção da vez passada e, graças a Deus, daí em diante foram só acertos kkkkkk
J: Ahh, foi uma noite muito boa! Na semana seguinte, começamos a focar na preparação do Natal dos Amigos aqui no Rio. Eu e a Maria estávamos fazendo tudo, afinal, os demais, Maria Clara, Alvin, Manu e Eduardo, nem sabiam do que se tratava kkkk fizemos no dia de natal, após a missa e foi um dia que marcou muito as nossas vidas
M: Foi muito especial porque, o Natal dos Amigos é algo que veio do coração do João e representa muito quem nós somos e como queremos viver a vida de santidade. Fazê-lo acontecer na casa do João foi como uma prefiguração de como vai ser a nossa casa.
J: É claro que, nessa ocasião, também aconteceram alguns desentendimentos entre nós dois, afinal, nós estávamos passando mais tempo juntos do que já tínhamos passado desde o começo do namoro, é claro que haveria atritos, pois estávamos tocando mais nas imperfeições um do outro. Inclusive, até antes da missa do Galo estávamos meio brigados, até a Karen chegar e falar assim “olha, essa luz tá tão boa, dá pra tirar uma foto lega de vocês” e fomos coagidos a tirar uma foto sorrindo um do lado do outro mesmo brigados kkkkkkk foi maravilhoso, obrigado Karen kkkkkk
M: Mas foi nisso que construímos o que temos hoje. Nesses atritos, aprendemos muito a nos expressar e a entender o outro. A nos entendermos como pessoas também! Em nossas fraquezas e virtudes, e a reconhecer onde o outro poderia mais ajudar e nossos amigos sempre foram peças fundamentais pra que isso acontecesse, com destaque para o Breno, que mesmo morando em Imperatriz, sempre dava um jeito de vir visitar o João aqui.
J: Inclusive, foi numa dessas vindas do Breno, no início de 2023, que fizemos uma das viagens mais legais. Foi muito simples, mas muito especial
P de Petrópolis, Pastoreio, Psiquiatria e Padre (?)
J: Nosso último programa da minha viagem foi um piquenique na Beira-Rio. Estava um dia muito bonito, levamos frutas, toalha, tudo de piquenique. A Maria estava super animada. Mas conforme o tempo foi passando, começamos a tocar em alguns assuntos relacionados a nós e sobre a forma que cada um tinha de expressar que gostava do outro etc… pra falar a verdade, eu nem lembro muito bem como entramos nesse assunto, mas sei que nesse momento eu percebi que era a hora falar algo que guardava no meu coração há muito tempo e não tinha tido coragem de falar para a Maria ainda. Eu saí de lá, liguei pro Eduardo França rapidinho e disse pra ele que iria falar sobre “aquele assunto” com a Maria. Ele deu a bênção dele e rezou por nós naquele momento.
M: Quando o João me falou… tudo passou a fazer sentido e, ao mesmo tempo, o meu chão desabou. Eu estava em um grande conflito, ter que deixar o João ir, sabendo que ele estaria indo fazer a vontade de Deus que estava no seu coração, ou exigir que ele ficasse, afinal ele era meu namorado… mas não, eu não tinha esse direito, nunca tive. O João, em primeiro lugar, é filho de Deus, antes de ser meu namorado. Foi o João que me fez conhecer a Deus, foi o João que me evangelizou, que se ofertou por mim. Chegava a hora de eu me ofertar por ele também. Deus deu, Deus tirou. Bendito o nome do Senhor.
J: Falei para a Maria sobre o meu desejo de fazer o retiro de candidatos ao celibato. Eu não queria ser Padre, nunca havia sentido isso, mas ao mesmo tempo eu sempre me realizei tendo o coração disponível para amar a todos e não ter um amor exclusivo. Isso fazia eu e a Maria termos alguns desentendimentos, porque muitas vezes eu queria estar com ela, mas também queria estar com outros amigos, enquanto ela queria estar só comigo e só isso importava. Eu me sentia estranho por ter esse desejo e ela não e isso me fez questionar seriamente o meu estado de vida. Além disso, eu tinha um grande receio de “perder a liberdade” de acolher a todos, de ser pertencente a todos como casado. Eram muitas coisas que estavam no meu coração desde o ano anterior e que eu precisava mergulhar com coragem a fim de dar respostas concretas a Deus e a Maria.
M: Nos despedimos no aeroporto e eu só conseguia chorar. Não era por medo de perder, não era porque eu não queria que ele fosse celibatário, não é nada disso, é porque a oferta dói e quanto maior o amor, maior a dor da oferta. Eu ofertei o João e isso foi uma grande dor pra mim. Nos dias do retiro eu fiquei em Imperatriz com o coração na mão, rezando muito, MUITO para que a vontade de Deus prevalecesse e pra que ele me desse forças e confortasse o meu coração caso eu e o João tivéssemos de terminar.
J: No retiro, eu me coloquei diante de Deus sem amarras, sem reservas, querendo ouvir, de fato, a voz dEle. Com o passar do tempo fui percebendo que, na verdade, a forma que eu tinha de me relacionar com as pessoas não era por eu ser celibatário, mas por eu ser eu e que Deus queria me fazer ser um pai de família, um esposo justamente para trazer esse novo, essa abertura aos irmãos, por meio de uma nova família. “Só haverá um mundo novo se houverem famílias novas”. Percebi que o medo que tinha era de o casamento tirar a liberdade que sempre quis ter, mas na verdade, percebi que a minha liberdade nunca será tirada, mas será alocada em um lugar onde eu possa amar mais.
M: Quando o João voltou do retiro e fizemos nossa ligação de vídeo… era uma mistura de tantas coisas! Mas eu estava em paz com o que o João decidisse. Eu confio no João, eu sabi que ele tinha rezado, eu sabia que ele não ia fazer uma escolha só pra agradar a si mesmo, mas sim escolher o que era vontade de Deus. Ele me explicou todo o discernimento que teve no retiro. Eu não diria que pra mim foi um alívio, eu diria na verdade que foi uma confirmação de que ele era o homem da minha vida.
J: Sim, a Maria era a mulher da minha vida. A Maria podia ter se revoltado com Deus, poderia ter feito chantagem comigo para eu não ir para o retiro, poderia ter agido como criança… mas ela não fez nada disso, ela silenciou e rezou, como Nossa Senhora fez. Muitas vezes não entendia os planos de Deus, mas silenciava e rezava. Foi ali que eu tive a certeza que seria com a Maria que eu iria casar.
O início de nossas vidas
M: O tempo passou e continuávamos nossas chamadas de vídeo, agora com tudo mais esclarecido entre nós, com menos cobranças, com mais transparência, tudo estava mais leve. Claro que as brigas vez por outra existiam, mas era por outras questões, já havíamos nos adaptado bem a forma de cada um de agir e de pensar. Junto com isso, a minha sobrinha, Alice, nasceu em Curitiba e eu estava morta de feliz e doida pra vê-la. Vivia mandando fotos dela pro João kkkkkk o João nesse tempo estava bem focado na produção de conteúdo e também vivia mandando os vídeos dele para mim
J: Foi uma época que eu realmente estava bem constante na produção de conteúdo de medicina de família e muitos acompanharam essa época kkkk falei mal da coca cola demais, fui às ruas do rio entrevistar as pessoas sobre o SUS, fui a dois congressos médicos, um em Fortaleza outro em Balneário Camboriú…
M: E eu acompanhando tudo isso de longe… no meu coração, eu desejava muito fazer parte disso de forma mais ativa, estava sentindo que, apesar do meu grupo de oração, da minha família, dos meus amigos, já não fazia mais sentido estar tão longe do João. Acho que esse tempo foi o que eu mais coloquei em oração o nosso namoro, especialmente depois do retiro do João, parece que tudo em nós alavancou, nós não brigávamos mais por besteiras, eu já tinha muito menos ciúmes, o João aprendeu a se comunicar melhor, tudo estava fluindo bem e cada vez melhor quanto mais o tempo passava.
J: Nesse novo itinerário, Deus também foi suscitando no meu coração a escolha pela área da Psiquiatria. Eu estava muito bem como Médico de Família, mas, ao mesmo tempo, percebia que grande parte das demandas na atenção básica era de saúde mental e eu sabia que o meu manejo estava muito aquém do que eu queria dar ao meu paciente. Eu tinha acabado de terminar a CIM (Certificação Ítalo Marsili) e agora surgia a possibilidade de eu fazer a pós-graduação em Psiquiatria pela Faculdade Mar Atlântico. Tudo que eu havia rezado durante todo esse tempo no Rio parecia culminar nessa escolha profissional que hoje faz todo sentido pra mim.
M: Eu já fazia psicologia e o João vivia falando sobre esses assuntos psicológicos comigo e eu amava porque via que ele se interessava também. Quando ele começou a fazer a pós eu sabia que nossos caminhos estavam se cruzando cada vez mais e que em breve toda a distância iria acabar, afinal, já estávamos comemorando 2 anos de namoro, a maior parte dele à distância. Inclusive, no dia do nosso aniversário de namoro de 2 anos (dia do palhaço, lembra?), o João foi me fazer uma surpresa lá em Imperatriz.
J: Essa seria a única edição do Natal dos Amigos que a Maria não estaria e, por algum motivo, nesse ano de 2023, o tema que Deus deu foi "o início de nossas vidas", a partir de uma música chamada “Nada vai tirar você de mim” de um espetáculo musical da comunidade shalom. De fato, desse dia em diante muitas realidades se iniciaram, a vida de muitas pessoas mudou completamente. Só pra citar algumas, o Alvin meses depois foi em missão para São Paulo, a Maria Clara operou uma doença na tireoide e depois foi em missão para Fortaleza, Maria e Gabriel se casaram, a Manu se tornou mãe e a nossa vida… a nossa vida mudou muito a partir do ano seguinte.
M: Antes de ir para o Rio, eu passei em Curitiba para finalmente conhecer a minha sobrinha, a Alice. Foi essencial eu fazer essa parada antes de chegar no Rio. Cheguei um pouco depois do Natal dos Amigos e fiquei na casa da Maria Clara Arizôt. Parece que ainda dava pra sentir todo o clima do Natal dos Amigos naquela casa, foi um tempo muito especial. Eu digo “um tempo” porque, na verdade, eu fiquei 1 mês todo lá, desde o final de dezembro até o final de janeiro. Foi nessa época que eu fiz o retiro da Reciclagem, que são 10 dias de retiro, e que a Maria Clara fez a cirurgia.
J: Não conseguimos passar o natal juntos, mas o ano novo sim, a virada para um ano que seria decisivo na nossa história!
Eles são cariocas, agora!
M: E o que seria só mais um mês no Rio se tornou definitivo. Na Reciclagem eu conheci um grande amigo, o Anderson Luís, que me ofereceu uma proposta de emprego no colégio Porto Real, da Opus Dei. Eu claro que estava doida pra vir, tudo já me fazia entender que esse era o momento certo eu e o João estávamos sentindo isso.
J: Ela fez uma entrevista online, voltou para Imperatriz só pra pegar as malas e se despedir de todos, rumo ao Rio. Como Deus é fiel! Apesar de ser o que nós queríamos desde 2022, no tempo certo Deus abriu as portas. A Maria agora, não só estava no Rio, mas estava em um bom emprego, perto de mim e na vontade de Deus.
M: Senti muito ter que deixar meu grupo de oração de Imperatriz e todos que eu amava tanto, mas logo que eu coloquei os pés aqui, já fomos convidados pelo Paulo, lá de Petrópolis, para animarmos o Renascer de lá e com grande alegria nós aceitamos. Foi nossa primeira missão juntos oficialmente.
J: Nessa época eu terminei a residência de Medicina de Família e estava mergulhado na Pós de Psiquiatria, que era na Zona Oeste, lugar onde a Maria também trabalhava. Agora éramos do mesmo setor, trabalhávamos na mesma área do Rio e podíamos nos ver com muito mais frequência.
M: Nessa época também teve um fato muito engraçado kkkk estávamos no retiro de Páscoa, todos reunidos na Catedral. Era Domingo de Páscoa, todos estávamos rejubilando de alegria. Toda a comunidade se reunião em uma sala no subsolo para a nossa formação de Páscoa, que seria transmitida de fortaleza em tempo real. Quando chegamos, na transmissão, estavam todos dançando! Sim, literalmente!
J: Lá em Fortaleza, e em outras cidades, no Domingo de Páscoa, as pessoas da comunidade tem o costume de dançar em grupo de tanto júbilo pela Ressurreição do Senhor. Apesar de todos estarem dançando lá, aqui no Rio tava todo mundo assistindo sentado, olhando pra tela. Eu tava morrendo de vontade de dançar, mas imagina a vergonha que eu ia passar levantando DO NADA e começando a dançar no meio de todo mundo?
M: Eu também acho que todo mundo tava com vontade de dançar, mas ninguém levantou por respeito humano. Mas o João… kkkkkkkkkk o tempo todo ele tava dizendo “a gente vai lá na frente dançar, eu vou levar você lá…” e kkkkkk o João é doido kkkkkk mas muito corajoso também, ele fez o que todo mundo ali queria fazer, mas ninguém teve coragem…
J: Eu levei a Maria pelo braço, fui lá na frente de todo mundo e comecei a dançar com ela. Nessa hora, todo mundo começou a gritar e bater palma pra gente, mas eu fiquei tipo assim “gente, o show não somos nós não, é Jesus! Vamo, levanta todo mundo aí” e fui animando todos a levantarem. Não demorou muito e a sala toda estava dançando juntos kkkkk pareceu uma histeria coletiva, mas foi só alegria pelo Cristo Ressuscitado. É interessante que, se eu tivesse sozinho, provavelmente não faria o que eu fiz, mas com a Maria do meu lado, e sabendo que ela topa tudo comigo, eu fui lá e fiz!
M: Esse dia foi muito marcante também porque percebemos o quanto o nosso relacionamento poderia, concretamente, frutificar na animação e no reavivamento vocacional dos nossos irmãos.
Maio/24: Foto do Dia do guido e decisão pelo início do processo para o casamento
J: E depois disso, quem não nos conhecia na comunidade, passou a conhecer kkkkk não só conhecer o João ou a Maria, mas o João e a Maria! Prova disso foi no dia do Guido, na Praia do Recreio. Quando viam a Maria já perguntavam por mim e quando me viam já perguntavam por ela, de forma a, naturalmente, começarmos a sentir que já havíamos vivido tudo o que precisávamos viver na fase do namoro. Agora estava na hora de darmos um passo a mais…
M: Com esse desejo cada vez mais forte em nós, começamos a ter um estilo de vida semelhante, como o que queremos ter quando casarmos. Viagens para conhecer lugares novos, trilhas, estilo de vida saudável, receitas sem glúten e sem lactose. Tudo isso, que já vivíamos um pouco na distância, começamos a viver mais intensamente juntos.
J: E aí veio a nossa segunda viagem em missão que foi o Batizado da Alice, sobrinha da Maria, em Curitiba. Logo após essa, uma segunda viagem, só que dessa vez para o Maranhão, de férias. Combinamos de encontrar o Seu Fernando, pai na Maria, em Aparecida e de lá, irmos para Imperatriz com eles de carro. Foi a primeira vez que fui em Aparecida. Lembro de ter sido algo realmente sobrenatural, o que senti naquele lugar, não consigo descrever!
M: Pra mim também foi muito especial! Eu já tinha ido a Aparecida, mas não como “católica de verdade”. Foi muito diferente, afinal, nós tínhamos acabado de batizar a Alice em Curitiba, estávamos vivendo coisas tão preciosas, tão sagradas…
J: E juntou, com isso, dois casamentos muito importantes pra nós. O da Maria e do Gabriel, que são nossos padrinhos e se tornaram grandes amigos, e do Luan e da Joyce. Do Luan e da Joy merece um pouquinho mais de destaque. Eles dois namoraram a distância, assim como eu e a Maria. Quando estávamos começando a namorar, ainda em Imperatriz, eu os achei no Instagram e mandei pra Maria e nos inspirávamos muito neles. A Joy é de Teresina, eu também, o Luan é professor de inglês, a Maria também… víamos muitas coincidências entre nós! Quando o Luan me chamou para cantar no casamento dele fiquei muito feliz de poder participar do sonho deles, ansioso pelo nosso que em breve iria se realizar.
M: E foi nesse tempo que duas coisas muito importantes aconteceram. Primeiro, a criação do nosso Instagram, o @joaoemariadaily. Isso foi ideia do João, porque ele já tinha em mente o quanto o perfil seria importante para os nossos convidados do casamento conhecessem a nossa história toda, porque quem é de Imperatriz só sabe o começo. quem é do Rio só sabe o final, poucos sabem o meio kkkkkk então a ideia inicial era partilhar um pouco mais de nós até a data do casamento…
J: E a segunda foi o início do caminho para o noivado. Conversei com o meu formador e partilhei com ele que sentíamos que era a hora de darmos um passo a mais no nosso relacionamento. O nosso pedido de noivado foi acolhido pela comunidade e agora só faltava fazer o pedido…
Outubro/2024: pedido de casamento no Teatro, Maratona juntos
M: Eu vivia andando arrumada nesses dias kkkkkk porque a qualquer momento o João poderia me pedir em casamento kkkkk eu sabia que ia acontecer, só não sabia quando… mas aí, o João… o João é o João kkkk ele me fez acreditar que ele ia me pedir em casamento depois de uma maratona que íamos fazer na Lagoa
J: Por que ela estava super ansiosa, querendo saber quando seria o dia e, se fosse pra ela saber, não seria surpresa né? E aí chegou o dia 19 de outubro…
O pedido de casamento e algumas dores...
M: O João combinou comigo que nós iríamos no Santuário de Fátima rezar e participar da missa pela manhã e depois iríamos almoçar lá em Guaratiba e aproveitarmos para visitar algumas casas de festa… a pergunta era, se ele nem tinha me pedido em casamento ainda como que já estávamos visitando casas de festa?
J: Não estraga a surpresa, amor. Enfim, continuando… depois iríamos voltar para o Shalom e íamos assistir um musical da Bela e a Fera a noite. A ideia era fazermos um tuor pela zona oeste, parecido com o que fizemos quando a pedi em namoro, até fazer o pedido no mesmo lugar onde nos conhecemos, no palco de um teatro.
M: No começo do dia eu não desconfiei de nada, tava tudo tão normal, a gente sempre ia no santuário mesmo. Não era todo dia que a gente ia em Guaratiba, mas eu sabia que o João queria sair pra irmos pra outros lugares não comuns pra gente. Eu só comecei a suspeitar um pouco depois que a gente tava indo pro teatro e ele tava super agoniado porque o Uber tava demorando. Tudo bem que o João odeia esperar, mas dessa vez ele não tava com raiva, ele parecia estar nervoso
J: Chegamos no Teatro no meio do espetáculo. Eu já tinha entrado em contato com todo o elenco e com a produção e combinado com eles que ia fazer o pedido na última cena. Tava com medo de eles não me verem chegar se eu chegássemos atrasados.
M: Apesar da intenção do João ter sido ótima, a versão da Bela e a Fera “geração Z” que a gente assistiu foi muito ruim kkkkk o nossa companhia do interior do Maranhão ganhava de lavada daquela… o João, como era de se esperar, ficou fazendo piada das lacrações do musical o tempo todo
J: Mas também era pra não transparecer que eu estava nervoso. Chegando na última cena, eu nervoso, me endireitei todo na cadeira pra me certificar de que eles me olhassem ali e graças a Deus aconteceu como planejado (pelo menos isso kkkk)
M: O cara falou “ah, nós estamos com a produção reduzida, então precisamos que algum voluntário venha tirar nossa foto com o público…” e já apontou direto pro João… aí, eu pensei, ai Meu Deus, é agora kkkkkkk
J: Subi lá, tirei a foto, dei o meu celular pra algum ator filmar e, depois, bom… vou colocar aqui na íntegra o que eu falei, porque eu anotei pra não esquecer kkkkk
“Gente, esse musical foi maravilhoso, eu sou apaixonado por histórias de amor e por teatro, tanto que a minha história de amor começou aqui. Há 5 anos atrás, num palco como esse, eu conheci o amor da minha vida. Nós fazíamos musicais na nossa cidade Imperatriz do Maranhão e na última sessão do nosso primeiro musical, numa dessas trocas de figurino, eu a chamei, dei um abraço forte e foi ali que Deus começou a mudar as nossas vidas. Vivemos 2 anos de uma grande amizade, até começarmos a namorar em 2021, mas logo depois eu vim morar aqui no Rio de Janeiro e ela ficou lá no Maranhão e passamos 2 longos anos namorando à distância. Foi difícil, mas crescemos muito, amadurecemos, esperamos o tempo de Deus, até que no começo desse ano ela veio morar aqui no Rio e desde então nós fomos pra muitos lugares aqui no Rio, na Praia, no Museu, no Parque... mas no Teatro nunca tínhamos vindo e eu reservei esse dia para que ele fosse o mais especial.”
J: Desci do palco, fui buscá-la na plateia e levei até o centro do palco:
“Você é a minha bela e é com você que eu quero viver o resto da vida: Fernanda, quer casar comigo?”
M: Eu não sabia se eu ria, se chorava, se dizia “sim” kkkkkkk todo mundo aplaudiu, nós agradecemos e saímos de lá com todos parabenizando nossa decisão - e mais uma vez o João me puxando para frente pra passar vergonha kkkkkkk
J: Oficializado o pedido, agora precisávamos selar diante de Deus com a celebração. Após muitas idas e vindas, Deus mesmo nos apresentou o lugar e a ocasião do nosso noivado: Quiosque do Guido, no dia 10/11, quando completaremos 2 anos e 11 meses de namoro. Foi tudo extremamente providencial, o lugar, o clima agradável, a beleza do cenário, nossa… foi maravilhoso!
M: No final do ano, eu fui fazer o Retiro da Reciclagem em Vítória e o João em São Paulo e depois o João ia passar o natal com a família, em São Luís. Ia ser o primeiro natal distantes, desde 2020, mas agora já estávamos tão próximos que isso nem me doía tanto… na verdade, outra coisa começou a me doer, e era dor física mesmo. No final do ano, um dia depois do João ir embora, eu tive uma crise de dor enorme, que nunca havia sentido antes e nos dias seguintes as coisas só pioraram…
J: Estava sendo tudo perfeito, até chegar os últimos 15 dias do ano, logo aqueles que eu não estaria presente… e se o final do ano foi difícil, o começo do ano seguinte foi ainda pior…
O ano do "início das nossas vidas"
M: É, o início do ano foi realmente BEM DIFÍCIL. De repente meu corpo todo doía, de repente eu estava doente, eu fiquei muito abalada com toda situação. Mas Deus foi muito generoso comigo, desde o começo. No dia que passei mal na faculdade, tinha uma professora dando uma aula exatamente sobre os sintomas que eu estava tendo. Logo conseguiram uma vaguinha pra ela me consultar, foi uma grande providência.
J: Eu tinha o peso em dobro nas minhas costas, um por ser médico e outro por ser noivo. Tentei dar todo o suporte necessário para Maria logo que cheguei, mas desde o começo percebi que, acima de tudo, Deus cuidava dela. Diante das consultas e dos exames, iniciamos um tratamento juntos, que envolve dieta, suplementação e atividade física
M: A atividade física eu ainda não tô conseguindo muito, mas estamos tentando, né kkkk aos poucos fui me adaptando à nova rotina
J: E eis que DO NADA um vídeo nosso viraliza no @joaoemariadaily. Um vídeo simples, falava sobre o namoro à distância, que hoje já tem quase 1 milhão de views. Logo depois, um outro, um meme que fala sobre a fome insaciável da Maria, esse já tem 2 milhões hoje. E daí foi um atrás do outro.
M: E logo depois disso se seguiram tantas graças de Deus. Uma das maiores graças veio, literalmente, por meio das mãos da Maria Gabriela, dona da Gabbisbody. Ela simplesmente me deu todo o meu vestido de noiva. Tudo, desde o desenho, até o bordado, tudo!!
J: Realmente, foi um tempo de incontáveis graças, vimos nitidamente a providência de Deus agindo. Ganhamos os doces da festa, o véu, o buquê, o porta-aliança, o cabelo e maquiagem, decoração da Igreja e mais tantas e tantas coisas por meio da vida dos nossos irmãos. Foram muitos, nem daria pra citar todos, mas não podemos deixar de agradecer ao Tio Mário, Maria Castro, Karen, Rafaela, Mairis, Daniela, Gleidson, Eduardo, Angelina, Helaine, Gerardo, Juan, Mônica, Fernanda e tantos outros que no escondimento nos ajudaram com os seus dons ou financeiramente.
M: Foi um tempo em que dizíamos muito que queríamos contemplar tudo sem esquecer de Deus. Logo depois, inclusive, veio o retiro de carnaval, Renascer, tiramos nossa foto clássica e nos finais de semana seguintes buscamos fazer o nosso retiro de noivos.
J: A comunidade Shalom tem um itinerário próprio para os casais que vão casar, que são alguns retiros a fim de aprofundar a essência do Sacramento do Matrimônio. Ele não substitui o curso de noivos…
M: Mas também fizemos o curso de noivos com o Shalom. Fizemos um curso online e foram dois dias muito intensos e significativos pra nós. Primeiro que, no final de semana que fizemos o curso, o João tinha maratona no domingo de manhã, o nosso curso durante o dia, ensaio para o Coral da Páscoa, Aniversário da Maria Clara e Vigília de Madrugada kkkkk eu lembro que foi um final de semana surtante para mim
J: Na verdade, acho que esse final de semana foi a representação de como seriam os finais de semana que se seguiam, porque, em quase todos a gente tinha que resolver algo do casamento, levar documentos na Igreja, era tanta coisa… inclusive, eu convenci a Maria a fazermos nosso casamento civil separado do religioso para dar essa sensação de “mais um desafio superado”, mais uma etapa e de fato foi isso que sentimos quando casamos no civil e entregamos o documento na Igreja.
M: Nossa, um grande peso saiu das minhas costas quando a secretária da Igreja falou assim “pronto, agora é só casar” kkkkkk
J: Ah, uma coisa importante. Foi no dia do nosso casamento civil que chamamos oficialmente os nossos padrinhos. Fizemos um jantar à noite, chamamos todos, dissemos o quanto eles são importantes para nós e fizemos o convite. Foi uma noite muito boa.
M: O dos padrinhos que moravam em outros estados, fizemos por ligação de vídeo, mas preparamos um videozinho bonitinho e um convite interativo para deixar tudo mais especial,
J: Na semana do dia dos namorados foi a semana do nosso chá de panela e também da contagem regressiva de 1 mês para o nosso casamento…
Primeiro musical juntos, em abril de 2019
Musical que mudou a vida da Maria, novembro de 2019
Aniversário do João, outubro de 2020
Formatura do João, outubro de 2020
Ingresso do João na Comunidade Shalom, fevereiro de 2021
Almoço do pedido de namoro, dezembro 2021
Lâmpada da capela do Shalom (pedido de namoro), dezembro de 2021
Capela do Shalom da Paz, em Fortaleza, janeiro de 2022
Ingresso da Maria na Comunidade Shalom, fevereiro de 2022
Férias no Tocantins, julho de 2022
Quadrilha em Imperatriz, julho de 2022
1 ano de namoro no Rio, dezembro de 2022
Viagem a Itaipava, janeiro de 2023
Visita ao Rio (a gente tinha brigado nesse dia kkk), abril de 2023
Turistando no Rio, julho de 2023
Renascer e Petrópolis, fevereiro de 2024
Dança de Páscoa, abril de 2024
Dia do Guido, maio de 2024
Pedido de Casamento, outubro de 2024